Por Alex Ribeiro
Quando
No passado distante
Ou a qualquer hora anteontem
Roubaram de mim o direito de ter voz
Me perdi de mim mesmo
Eu
Ingênuo
Não soube gritar
Reagir, protestar
Escutando o tempo todo que era incapaz
Que a vida passaria por cima de mim
Esse pobre coitado
Hoje
Eu vejo
Que nada
Pode me impedir
De bater asas, partir
De amar demoradamente
Ou de passagem escrever poesias
E desaparecer
Nada
Absolutamente
Me impedirá de ser
De cantar a música da liberdade
E na ribalta do Planalto Central
Vão ouvir minha voz
Ecoando
Sou
E sempre deveria
Ser eu acima de tudo
E se por acaso qualquer dia
Me virem por aí calado
Não estranhem
Será por escolha.
Alex Ribeiro Lopes