Por Alex Ribeiro
Ah, poema
Salva-me do naufrágio em mim mesmo
Salva-me desse mar de angústia
Dessa noite tão fria.
Tu, de quem tenho esperado um abraço
Que me ouve sem especular
Que ouve no mais íntimo
Para além do simples escutar
Traz-me tuas palavras sinceras
Poucas
Palavras que me deixam gritar
No silêncio da minha boca
Ah, poema
Tu, que és minha voz e meu canto
Minha companhia em completa solidão
Tu que és, não uma mentira,
Mas uma doce sedução
Dá-me vez, meu querido verso
Para que eu possa chorar
No mais íntimo jardim
Donde nasce a flor humana
Tão fraca, tão frágil
Perdida no olhar profundo
De um menino esquecido
Que um dia
Teve um sonho de poeta