O Rei de Ramos

Por Alex Ribeiro

O Rei de Ramos é uma peça de Dias Gomes, o consagrado autor de “O Pagador de Promessas”, que ganhou os palcos e as telas de cinema do Brasil e do mundo.

O Rei de Ramos conta a história de um bicheiro do Rio de Janeiro, o Mirandão Coração-de-mãe, e mostra mais uma vez a impressionante habilidade de Dias Gomes de trazer elementos do cotidiano do povo simples brasileiro, de forma fantástica. O autor consegue fazer com que nos sintamos imersos nesse universo popular do nosso país, o que já é um belo motivo para exaltar sua obra.

Mirandão, considerado o maior bicheiro daquele momento, fica sabendo que outro bicheiro montou uma banca na sua zona e isso reaviva o atrito entre ele e Brilhantina, outro grande bicheiro do Rio. À medida que os quadros da peça vão se passando, o clima de guerra vai se acirrando, e os dois grandes bicheiros quase chegam aos limites da morte. O clima está pesado.

Pra aumentar a tensão entre os dois chefões, uma pitada de Shakespeare.  Os filhos se apaixonam e resolvem ficar juntos, à despeito dos pais. Tragédia à vista?

Até agora, a trama tensa escrita por Dias Gomes parece perfeita para uma tragédia, mas a composição dos personagens não deixa o enredo ir por esse caminho. Os filhos, já cheio da esperteza dos pais, não pretendem ser nenhum Romeu ou Julieta e, sim, fazer com que o negócio dos pais prospere diante de uma nova parceria.

É uma peça que nos enche de surpresas, risos e tensões, trazendo uma salada de emoções que é bem a cara do nosso Brasil, de ontem e, principalmente, de hoje. Uma das frases mais presentes nos memes feitos no Brasil diz “O brasileiro precisa ser estudado”. Sendo assim, a obra de Dias Gomes é uma bela fonte de pesquisa. O Bom e o Ruim dos brasileiros estão bem ali, escapulindo dos seus personagens.

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Autor: Alex Ribeiro

Ator da Cia de Teatro Assisto Porque Gosto, psicólogo, poeta.

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