Publicado em Categorias Cultura, Literatura, Poesia

Por Alex Ribeiro

Passei muito tempo à procura
De uma coisa que era desconhecida
E por ser desconhecida teve inúmeros nomes
Pronomes e adjetivos

Cada vez que eu me jogava nessa busca
Me dominava de angústia e paixão
Completamente desequilibrado
Embriagado dessa confusão

E nessa minha existência a falta
Nomeada pelas minhas fantasias
Fez-se deusa, rosas, oásis
Que eram a gota miserável que eu pedia

Como um colibri alucinado
Voei pelo jardim sem descanso ou parada
E então me deixei vencer pelo cansaço
Caí, num mergulho gelado em mim mesmo

No fim era isso que eu buscava
Uma verdade que fosse minha e não inventada
Uma voz que ecoasse de dentro pra fora
Revelando um eu mais completo
Um eu que era eu.

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Por Jackson Melo

Outra noite ela veio
Tão bela, esbanjando seus encantos
Fitou o olhar no meu
Sorriu e o beijo aconteceu
Nenhuma palavra foi dita
Os corpos pediram
E partimos para o deleite do prazer

O raiar do dia me desperta
Me viro na cama
E ao meu lado você não está
Será que tudo não passou de um sonho?
Ou a dona do meu desejo
Partiu no cair do meu sono?

A solidão me preenche…
Aperta meu peito
Mas o sofrimento logo passa
Sua falta é rotineira
E meu coração
Masoquista
Volta ao ciclo
De te querer e não te ter.

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Por Alex Ribeiro

Há um prato servido
Na mesa do brasileiro
Há um prato com aspecto grotesco
Com sabor indesejável
E cheiro apodrecido
Que sou obrigado a comer.

Há um governo estabelecido
Ao povo brasileiro
Há um governo com ações obscuras
Em desserviço de sua gente
Matando as suas esperanças
Roubando meus direitos.

Há um copo com veneno na mesa
Há um governo sem governo no palácio
Há muita gente insatisfeita
Há muita gente enganada
Há um sorriso no lábio alheio
De quem serve a mesa e enche o copo
Um sorriso de mal feito.