Publicado em Categorias Cultura, Literatura, Poesia

Por Alex Ribeiro

Naquela noite, menina,
Teus lábios não eram tão vermelhos
Teus olhos não tinham a malícia
Desse teu jeito que traduz o desejo

A tua boca tinha o beijo tímido
Que você guardou em segredo
Até que a hora certa, sem medo
Chegasse pra mim, teu poeta sonhador

Você brincava com meus óculos
Meus olhos só podiam ser teus
Enquanto cantava uma canção do Renato
Tornava-me um bom rapaz, teu enamorado

E tu foste embora sem muito dizer
Eu fiquei a tua espera sem saber
Se eu poderia te escrever este verso
E mergulhar-me na tua existência

Roçar-me, então, na tua pele arrepiada
Sentir o teu suspiro entregue aos desejos
Num tempo que parou para nos ver
Dois amantes que precisam anoitecer.

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Por Jackson Melo

Me recolho pra dormir
A solidão me acompanha
Até a cama
E na grande noite
Me faz refém

Sonho com teus beijos
E meu sorriso me engana
Por algum tempo
Te pego em meus braços

Acordo na madrugada
Com o abraço frio
Da suave brisa

A noite parece eterna
Dilacera o peito
E debocha
Da minha tristeza

Quando chega a manhã
Recolho meus cacos
Me viro pro canto
E ainda busco você.

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Dor

Por Alex Ribeiro

A casa está escura
Não se ouvem os sons noturnos
Os olhos de poeta continuam abertos
Como a perseguir o invisível

A dor se manifesta em silêncio
E essa é a única companhia
Tirando o sono que tanto anseia
Levando os sonhos para longe de si

A vida vai se esvaindo pelos minutos
A boca vai perdendo os sabores
O músculo já perdeu o tônus
E o coração pede sossego.