Publicado em Categorias Cultura, Literatura, Poesia

Por Alex Ribeiro

Ah, poema
Salva-me do naufrágio em mim mesmo
Salva-me desse mar de angústia
Dessa noite tão fria.

Tu, de quem tenho esperado um abraço
Que me ouve sem especular
Que ouve no mais íntimo
Para além do simples escutar

Traz-me tuas palavras sinceras
Poucas
Palavras que me deixam gritar
No silêncio da minha boca

Ah, poema
Tu, que és minha voz e meu canto
Minha companhia em completa solidão
Tu que és, não uma mentira,
Mas uma doce sedução

Dá-me vez, meu querido verso
Para que eu possa chorar
No mais íntimo jardim
Donde nasce a flor humana
Tão fraca, tão frágil
Perdida no olhar profundo
De um menino esquecido
Que um dia
Teve um sonho de poeta

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Por Jackson Melo

Durante muito tempo
Venho carregando este meu fardo
A que chamo
De alguma maneira
De minha vida

Mas há pouco
Este meu fardo
Tornou-se mais leve
Desde o momento
Em que ela apareceu…
E em instantes
A vida fez sentido

Grande amiga
Ofereceu o teu ombro
Nas horas difíceis
Apoiando-me a todo momento

Afogado em tristeza
Eu, egoísta
Absorvi cada gota
De sua bondade

A namorada
Cego de ambição
Eu queria sempre mais
E ela me entregou o bem mais precioso
Seu coração

No altar
Quando a recebi
Em nosso casamento
Ela abandonou suas vontades
E jurou-me seguir para onde eu fosse
E eu não a levei a lugar algum

Tenho um crime
A confessar…

Carrego a culpa comigo
Há muito tempo
E sem perceber
O descaso tem sido
Meu cúmplice

E só agora
Diante desta lápide
Onde ela encontrou seu descanso
Longe daquele
Que destruiu sua vida
Eu enterro meu amor

Junto a ela
Que sempre esteve do meu lado
A mulher mais perfeita que veio a existir

E eu nunca
Nunca
Disse a ela
Que a amava.

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Por Alex Ribeiro

Chegaste atrasado
Há mais de uma hora
Partiu a condução
Ficaste para trás
No trajeto de tua vida

Escolheste o caminho errado
Deu as costas onde devias abraçar
Beijou a boca que escarrava
Despejou lágrimas amargas
Por quem te olhava com desprezo

Agora não há mais volta
O que está feito está
A autonegligência cobra caro
Precisas de um novo caminho

Não te desespere, porém,
Há ainda o que fazer
Olhe no espelho com honestidade
Encare a tua verdade

Ame, se tiveres de amar
Perdoe, se acalma teu coração
Mas, sobretudo,
Não percas a chance de partir
Se tuas asas cansadas quiserem bater

Não há mais tempo para atrasos.