Publicado em Categorias Cultura, Literatura, Poesia

Por Jackson Melo

O poeta está confuso
Segundo ele
Lhe falta poesia
Inspiração
Palavras

Engano teu!

Mal sabe ele
Que a poesia
Já o consumiu
Completamente

Tuas paixões
Teus desejos
Teus temores
Teus pensamentos

Ela sabe!

Ela o condena
E o acalenta
Com apenas
Alguns versos

A poesia faz parte
Do teu ser
E o teu elo
Entrelaçado
Vem desde o início
E irá até o teu último suspiro

O poeta está confuso
Segundo ele
Lhe falta poesia…
Tolo poeta
Mal sabe ele
Que acabou de escrever.

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Por Alex Ribeiro

Quão frágil é ser humano
Que ao mínimo abalo
A felicidade esvai-se
Perdida por entre os dedos

Quão longas se tornam as noites
Cuja insônia acometida
Perfurando os teus sonhos
Não te deixa repousar os olhos

Olhos estes de um vermelho carnal
Numa fonte de lágrimas
Que inundam e afogam
A alma e a voz, emudecidas

Que mão amiga há de resgatar?
Dar-te o fôlego, respiro
Acolhendo numa escuta, espera
O momento certo de levantar

Que força é essa que há no amor
Que estende a mão na adversidade
Que ampara, abraça, beija e demora
Mas que não pode ficar

Quão frágil ser tão humano
Equilibrar-se na efemeridade
Entre amar e ser amado
Entre partir e ser deixado.

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Por Jackson Melo

Depois de muito tempo
E de uma longa batalha
Com todo moralismo
Que lhe foi imposto
Ela agora tornou-se livre
De tudo aquilo
Que um dia a prendera

Dizem que ela
Tem que ser recatada
E do lar
Mas não é isso
Que ela quer

Ela quer ser
Seus sonhos
Render-se
Aos seus desejos

Disseram que ela
Tem que ser santa
Que noitada não
Não é coisa de menina

Mas o que ela quer
É se divertir,
Festejar a vida
Aproveitar este presente
Que lhe foi dado

Ela quer viver
Um romance
Passageiro ou não

Ela não quer
Ser entregue ao casamento
Mas, sim, entregar-se a ele

Ela quer tudo
O que pode ter
E mais um pouco
Mesmo que não lhe seja permitido

Afinal,
Ela será dona
Da sua vontade.