Publicado em Categorias Cultura, Literatura, Poesia

Por Alex Ribeiro

Uma criança chora aqui, em casa
Um choro manso e calado
Uma tristeza fora do comum
Pra quem tem tão pouca idade

O dia mal nasceu, outra vez
E parece ser
Mais um dia de novo

O menino com seus passos miúdos
Continua sem nada dizer

Por que não corres?
Por que não cantas?
Por que não sorris este riso bonito?

Não sabe responder

Ora, menino, é grande a avenida
Deste ainda tão poucos passos
E já pensas em voltar?

Olha tua sombra, como cresce

Dá-me tua mão, te ajudo a atravessar
Teu momento ainda vai chegar
E se de amor, sentes já tanta dor imatura
Amo-te, pois, meu próprio eu
Criança Madura.

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Por Jackson Melo

Saudade
Demorei muito tempo
Pra entender
Até que um dia
Alguém partiu

Partiu pra uma ida
Sem chances de voltar
Partiu sem saber
Que iria partir

Foi levada
Simplesmente
Um dia estava ali
E no outro
Já não estava

Eu simplesmente
Não compreendia
O vazio que ali ficara
A falta que este alguém fazia
Até que ela me foi apresentada
Saudade

Uma dor
Que não se pode medir
Um pedaço
Arrancado
De onde não se pode reparar
O coração

Saudade define
O que sinto
Em meu ser

Saudade define
O querer de você
Aqui, a meu lado.

Publicado em Categorias Cultura, Literatura, Poesia

Por Alex Ribeiro

Quantas vezes estive eu
No silêncio absoluto da tristeza
Caído em total esquecimento
Por um momento
Um animal abandonado no ermo

Esse silêncio que se fundia
A uma escuridão tosca e vil
Causava-me arrepios na alma
Dores, mágoas, dissabores
Lembranças

Quisera eu voltar aos meus anos áureos
Donde eu cantava minhas glórias
Mas esses dias jamais vieram, talvez
Escaparam-se de mim

A vida me pregara várias peças
E a cada peripécia
Um riso amargo, doce nascia

Embotando o meu choro
A preciosa gota salgada
Rebentava-me por dentro
De vontade de cair

Assim passei esses últimos anos
Num quarto escuro da existência
E quando um sonho ruim aparecia
Sem resistência eu cedia

Haveria, pois, nas páginas da minha vida,
Farol de porto, um luzeiro
Que me tirasse desse lugar?

Eis que sim, haveria de ter no longe
Uma vela que por mim Luzia
Que ansiava por ascender-me
Nos versos da poesia.