Publicado em Categorias Cultura, Literatura, Poesia

Por Alex Ribeiro

Meu caro deputado,
Não seja apressado
Seu erro é computado
Deixando-nos de lado

Não se trata de partido
O seu também é corrompido
Seu discurso bem polido
Pra nós, apodrecido

Nas bancadas seus amigos
Discursando meus inimigos
Disfarçando os perigos
Voltados para seus umbigos

Não se trata, deputado
De eleger o culpado
O caso é bem mais complicado
Sem democracia, não há deputado.

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Por Jackson Melo

Durante toda minha vida
Sempre houve alguém
Pra sussurrar em meus ouvidos
O que eu deveria fazer
Se eu os escutasse
Não estaria aqui
Pra estes versos contar

Me disseram
Que o desconhecido
Seria perigoso
E só quando
Saí de minha caverna
Percebi que ele
Era explorável

Me disseram
Que o fogo
Me queimaria
Até que não restasse nada
Da minha carne
Mas eu fui lá
E o dominei
Para que teu calor
Me tornasse forte
Em noites frias

Me disseram
Que o horizonte
Era o fim
Eu fui até lá
E descobri
Que era apenas
O começo

Me disseram
Que o teu beijo
Arruinaria meus planos futuros
Mas novamente
Eu não dei ouvidos
E cá estou eu
Me planejando ao teu lado.

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Por Alex Ribeiro

Todo coração é de vidro
Vidro fúlgido, vidro colorido
Enegrecido, protegido

Mas é um risco e um perigo
O transparente ainda vivo
Que deixa exposto
Pra todo mau gosto
Desprezar sua avidez

Há os que se quebram facilmente
Há os que se enrijecem
Há os que são conteúdo
Há os que são continente

Há o meu, o teu
Translúcido, pungido
Turvo, tardívago

Sístole e Diástole
Pulsante sentimento de vida
Oh, minha querida,
Cuide do meu coração
E da minha ferida.