Publicado em Categorias Cultura, Literatura, Poesia

Por Alex Ribeiro

Eu caminho em solidão
Pelos dias e noites vagos
Procurando pelo teu nome
Sem saber se vale a pena

Recebo em silêncio
Nos passos calados
De uma rua deserta
Lembranças amargas
Do meu tempo de menino

As lágrimas vertiam
Os olhos buscavam apoio
Num olhar que demonstrasse amor

Nessa noite,
Com as mãos geladas de medo
Espero tua chegada

Mas, afinal,
Quem serás tu, amor?

Disseram que és o mais nobre
Dentre os sentimentos
Mas, diga, eu te imploro,
Caro amor, onipotente
Tudo vale em teu nome?
Tudo pode?

Se me cospem por amor
Eu sorrio?
Se me ameaçam por amor
Eu obedeço?
Se me pisam por amor
Eu renuncio?
Se me espancam por amor
Eu me calo?
Se me matam por amor
Eu simplesmente devo aceitar?

Não bastando toda dor
Destroem minha identidade
Eu nem mais sei quem sou
Que devo fazer?

Me jogar em teus braços,
Meu caro amor?
Acreditar em teus encantos mágicos?

Amor, amargo, amor
Jardim de espinhos
Roseiral da dor.

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Por Jackson Melo

Meu amor
Por que persistes
Em me fazer sofrer?

Vejo um futuro
Pra nós
Belo, maravilhoso
Tão escancarado
Mas você não vê

A cada momento
A dúvida
Tua dúvida
Me tortura

Sei que o passado
Não lhe foi bondoso
Mas o futuro te aguarda
Como um tesouro
No fim do arco íris

E agora
Que a tempestade
Passou
Já é hora
De brilhar.

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Por Alex Ribeiro

Para que me serve a arte?

De que me adiantaram
Michelangelo, Rafael
Cervantes, Shakespeare, Rael
Chico, Ariano
Portinari, Clarice
Cora Coralina, Tarsila do Amaral?

Para que te serve a arte?

Quando foi que Nelson Rodrigues ou Dias Gomes
Dostoiévski, Picasso ou Raquel de Queiróz
Maria Bethânia, Gal, ou Elis
Quando foi que te mostraram
Nas suas vozes e versos
Nos seus cantos, gritos e cores
Aquilo que ninguém via
Mas que estava ali o tempo todo
Aquele absurdo divino
Tão humano
Que só Hamlet ou Édipo poderiam revelar

Ser ou não ser, essa é a arte?
Gritar sem medo, eis a arte!
Dizer amém na Capela Sistina?
Ser e estar num estado de poesia!

Ser artista é
Se confundir com a sua arte
E apesar de tudo,
Não nos deixar esquecer
Nunca
Da beleza e da mazela
Da nossa humanidade.