A espera que nunca termina
Por Alex Ribeiro
Esperando Godot é uma peça de Samuel Beckett, e teve sua estreia em 1953, em Paris. Depois disso, a peça logo ganhou os palcos do mundo e se tornou um clássico da dramaturgia, e do teatro do absurdo.
Estragon e Vladimir estão à espera de Godot, passam as tardes nessa espera, como se fosse a única saída para suas vidas. Por que não desistem? Porque nesta tarde, com certeza, ele virá. Mas nunca vem.
Nossa dupla parece fazer um paralelo absurdo com o dia a dia do nosso tempo, até nos cair a ficha do quão absurda pode ser a nossa rotina, nossa vida. Estamos sempre fazendo as mesmas coisas e por alguma razão que, às vezes, nem sabemos ao certo qual é. Apegamo-nos àquilo e então tocamos a vida, ou melhor dizendo, estacionamos a vida.
Muito se diz que Godot poderia ser Deus e que Beckett estaria mostrando como é a relação do homem com a espera da graça divina, mas Godot poderia ser qualquer outra coisa. O certo é que os personagens depositam suas esperanças em Godot e ali ficam esperando, dia após dia, como se não houvesse vida além daquilo. Será que a vida estacionou? Qual Godot nós esperamos?
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