Por Alex Ribeiro
Terror e Miséria do III Reich é uma peça de Bertolt Brecht, escrita durante o “reinado” de Hitler, na Alemanha Nazista. São narradas várias e pequenas cenas em que os cidadãos alemães estão sob a constante vigilância do Nazismo.
As 24 cenas que compõem o texto de Brecht fazem com que nos sintamos como que presentes naqueles dias de tensão, na Alemanha. A constante vigilância, o medo de ser mal interpretado e até mesmo a anulação de quaisquer pensamentos que não sejam nazistas é algo angustiante.
Nada e nem ninguém está a salvo, os personagens temem sua família, seus amigos, seus parceiros de relacionamento, enfim, qualquer um que faça parte de seu círculo de convivência. Talvez esta seja uma das ótimas demonstrações do que é viver sobre intermitente terror.
As misérias também exalam do texto. Sob pretexto de reerguer a pátria, a população é submetida a altos preços, trabalhos forçados e condições subumanas. Passam fome, frio e são submetidos a constante medo de que algum agente os leve, a si e a seus entes queridos, para alguma punição.
O texto nos faz mergulhar no ambiente em que viviam os alemães, mostrando outras facetas, diferentes estas das que estamos acostumados a ver no cinema, onde o tema antissemita é o mais recorrente. Aqui vemos o próprio povo alemão com medo de si mesmo e de seu Führer.
O acirramento das disputas políticas no Brasil nos faz pensar para que direção rumaremos em 2018. Quais serão as escolhas do nosso povo para o futuro do país? Vemos uma direita mais coesa, baseada em princípios morais perigosos e cerceadores da liberdade. Do outro lado, uma esquerda desgastada e colocada sob sérias dúvidas. Mas o que nos salta aos olhos é estarmos presenciando nosso país vivendo à mercê de um dos piores presidentes de que já tivemos notícia, o não eleito, o golpista, que nos apresenta diariamente uma preocupante agenda de retrocessos. O que esperamos é que não vivamos, em terras tupiniquins, outra página de terror e miséria.
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