Por Alex Ribeiro
Você que me vê por acaso
Caminhando pela rua com pressa
Vestido com a roupa de trabalho
Não sabe o que passei por onde andei
Você que me vê por sua tela
Que desconfia do meu olhar desconfiado
Do meu dorso encurvado
Não sabe o que eu passei por onde andei
Não sabe quanta dor eu carreguei
Quanta lágrima eu guardei
Sem ter onde desaguar
Você que já torceu ou ainda torce
Pelo meu tropeço e má sorte
Não sabe quantas vezes já lutei, por onde andei
Você que me olha e que desdenha
Que me julga e me condena
Que não me ouve, não me entende
Não sabe o que eu senti por onde andei
Só eu sei a dor que me fez crescer
Só eu sei a dor que me faz morrer
E morro cada dia mais um pouco
Sem que possa perceber.