A Morte do Caixeiro Viajante

Por Alex Ribeiro

A Morte do Caixeiro Viajante é uma peça escrita por Arthur Miller, que estreou nos EUA em 1949, rendendo-lhe o prêmio Pulitzer daquele ano. É sua obra prima e, consequentemente, sua peça de teatro mais montada até hoje. Foi também adaptada para o cinema.

A peça conta a história de Willy Loman, um caixeiro viajante que passou a vida viajando para vender os produtos da companhia em que trabalhava, e que, de repente, começou a se ver velho, cansado, e com os filhos perdidos na vida, sem muita perspectiva de futuro.

Willy acreditava que se as pessoas gostassem dele e se ele conseguisse usar do carisma para convencê-las, poderia ser uma pessoa de sucesso. Foi o que ele ensinou aos filhos, Biff e Happy. O primeiro era superestimado pelo pai, que achava o garoto um fenômeno de carisma e por isso seria a tradução do próprio sucesso.

Porém, passados os anos, Biff está perdido, não consegue se firmar em nenhum emprego, e vive tendo momentos de conflito com o pai. Willy não entende qual a razão de o filho não ter se tornado um sucesso. Toda a fantasia que alimentara em sua vida vai por água abaixo.

Willy talvez tenha falhado em acreditar que o carisma, a bela aparência e a estima das pessoas eram suficientes para se construir alguma coisa na vida. Por isso a sensação, em alguns momentos, de que ele é muito orgulhoso e arrogante, e que um pouco de humildade teria sido útil na construção dos seus sonhos.

Hoje, nessa atual crise no Brasil, muitos de nós nos sentimos perdidos, com os sonhos ameaçados. Os Loman nos mostram que é preciso mais do que a aparência para enfrentar as adversidade e construir aquilo que queremos pra nós, seja em nível de país, seja no plano individual. Um sorriso bonito, uma maquiagem bem feita, gestos de simpatia, uma crença, nada disso é suficiente pra concretizarmos as verdadeiras mudanças. É preciso algo mais. É preciso ir à luta!

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Autor: Alex Ribeiro

Ator da Cia de Teatro Assisto Porque Gosto, psicólogo, poeta.

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