Publicado em Categorias Cultura, Literatura, Poesia

Por Jackson Melo

Quando criança
Pedi ao tempo
Que fosse depressa

Para que eu
Me tornasse maduro
Livre

Para que eu ganhasse
O mundo
Construindo riquezas
Carro
Casa
Incontáveis bens materiais…

Pedi também
Por um bom casamento
Uma bela esposa
E filhos,
Para que houvesse
Um legado

E o tempo
Me ouviu…

Me tornei maduro
E livre
Mas
Não posso ir
A lugar algum

Construí riquezas
Mas não tenho
O tempo
Para desfrutar

A bela esposa
Me deixou
Por alguém mais jovem
Levando parte de mim

Meus filhos
Foram pro mundo
E me deixaram só

O tempo
Me passou
A velhice
Me alcançou
Meu passo
Devagar
Me diz que já é hora
De parar

Meu pedido
Ao tempo
É para que me leve
Porque só agora
É que aprendi
Que o tempo
Não vai voltar.

Jackson Melo

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Por Jackson Melo

Sentou-se à mesa
Pra mais uma poesia
Escrever

Encheu seu copo
Pra sua mente
Transbordar

Achou que seria
Só mais uma vez
Como de costume

Mas não foi tão fácil
Dessa vez

O gole da bebida
Já não trazia
O mesmo prazer…
Já não trazia
Prazer nenhum

A angústia
Preenchia seu coração
Até que ele se lembrará
De que já não era mais escravo
Da bebida

Que sua inspiração
Se personificou
Num anjo
Que habita a terra

Na mulher
Que se tornou
Sua musa inspiradora.

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Por Jackson Melo

É chegada a hora
Hora da partida

A vida
Já não tem sentido

Em meio a essa multidão
Nunca me senti
Tão só

As paixões
Maltrataram
Este coração
Até que não restassem
Mais amores

Me esgotei
De todo caminho
Percorrido

Aqui dessa sacada
Vejo o futuro
À minha espera

Vou de braços
Abertos
Para o último abraço

Não vou
Para os braços dos anjos
Apenas
Para a escuridão eterna
E o sossego de minha alma.