Publicado em Categorias Cultura, Literatura, Poesia

Por Jackson Melo

Parecia estar tudo bem
Só parecia
Enquanto todos achavam
Que estava tudo bem
Ele desmoronava
E só, ele estava

Seus sorrisos
Eram tão falsos
Que nem ele mesmo acreditava
Sua vida
Uma piada de mau gosto
Da qual ele se depreciava

A cada copo cheio
Um gole a menos
De si mesmo
De seu sonhos
Da vontade
De ter vontades

Se entregava pouco a pouco
E nem mesmo imaginava
Que perdia a batalha
E tudo que passou pra chegar até ali

Um banco de apoio
Onde ele descansava seu corpo
E uma gravata de linho
Aquela com nó bem firme
Pra segurar o peso de sua derrota
Tudo que foi preciso
Pra sua própria desgraça
O restante de sua força
Concentrada em seu fim
A subida, um nó e a renúncia

Um último pensamento
Enquanto a vida
O deixava
Eu me rendo
Vida entregue.

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Por Jackson Melo

Jamais!
Jamais acreditaria eu
Em tal sentimento
Tal sensação
Se não tivesse eu provado
De tal maneira

Se me contasse
Eu duvidaria
Me afundaria
Em total deboche
Só de ouvir
Tal palavra

O mundo lá fora
É maldoso
Assassina qualquer forma ou desejo
De te sentir
Tripudiam sobre todo aquele
Que sonha em te viver

Que sorte a minha
Embriagar-me de ti
Me permitir
O tal do amor
Que sorte a minha
Te encontrar
Minha amada.

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Por Jackson Melo

É tarde aqui na roça
A noite já se assentou
O trabalho do campo
Já cessou

Os bichos
Em seus cantos
Já se encontram
A descansar

O cansaço
Me acompanha
Mas o beijo na morena
Nunca deixo de desejar

Sei que agora
Em tempos modernos
O amor e o carinho
Já não são mais de costume

Mas morena
Não me esqueço
Que tua mão eu fui pedir
E que pra sempre vou te levar
Ao meu lado, eterno amor
Minha eterna enamorada.